quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Hamilton dá show no fim, vence o GP do Canadá e amplia o equilíbrio da F-1 em 2012


Lewis Hamilton deu um show no fim, ultrapassou Sebastian Vettel e Fernando Alonso nas voltas decisivas, venceu o GP do Canadá e ampliou ainda mais o equilíbrio da Fórmula 1. O inglês é o sétimo piloto diferente a vencer em sete corridas na temporada, um recorde na história da categoria. Romain Grosjean, da Lotus, e Sergio Perez, da Sauber, completaram o pódio.
O inglês agora assume a liderança do campeonato com 88 pontos, contra 86 de Fernando Alonso e 85 de Sebastian Vettel. Um prêmio para o piloto, que esteve perto de vencer neste ano várias vezes mas, por diversos fatores, ainda estava em branco.
A conquista emocionante veio por conta das diferentes estratégias de pneus dos pilotos, que colocaram emoção em uma prova que foi chata até as voltas decisivas. Hamilton, Alonso e Vettel ficaram à frente na maior parte do GP do Canadá. Quando o piloto da McLaren, então líder, entrou nos boxes para a segunda parada, os dois rivais tentaram passar os 15 giros decisivos com pneus desgastados. A tentativa falhou.Com melhor rendimento, Hamilton foi buscar a diferença, ultrapassou ambos e venceu com propriedade. Depois de ser ultrapassado pelo inglês, Vettel mudou a estratégia, foi para os boxes e voltou a tempo de na última volta buscar Alonso, que a essa altura estava praticamente se arrastando no circuito e já havia sido superado por Grosjean e Perez.
Um fim empolgante para um GP que começou morno desde a largada, que foi correta, com os primeiros colocados mantendo suas posições sem grandes sustos. O único que tentou forçar foi Rosberg, que chegou a dividir curva com Webber pela quarta posição, mas perdeu a disputa, ficou para trás e acabou sendo ultrapassado por Felipe Massa e Paul di Resta, destaques no primeiro momento.
Só que o bom ritmo do brasileiro não durou muito. Na sexta volta ele errou, rodou sozinho e caiu do quinto para o 12º lugar. O erro comprometeu toda a sua corrida. Apesar de ter conseguido se recuperar bem, terminando na décima posição, Massa viu Perez, candidato à sua vaga na Ferrari no ano que vem, chegar no pódio, o que deve aumentar a pressão sobre ele.
A trapalhada de Massa foi praticamente a única emoção da corrida até a primeira janela de pit stops, que começou por volta da 17ª volta. Vettel não conseguiu abrir vantagem para Hamilton e entrou primeiro nos boxes. Hamilton foi no giro seguinte e conseguiu voltar pouco à frente do alemão. Alonso, duas voltas depois, repetiu a estratégia e entrou na pista à frente dos dois.
Sorte de Hamilton, que passou o ferrarista rapidamente e contou com a dificuldade de Vettel em ultrapassar Alonso para se distanciar dos rivais. Com as três primeiras posições definidas, os líderes mantiverem seus lugares até o segundo pit do inglês, que iniciou toda a emoção da corrida.
Alheio a tudo isso, no fim do grid, estava Bruno Senna. O brasileiro largou no 16º lugar e nunca esteve à vontade no GP do Canadá. Desde a primeira metade da corrida ele caiu para as últimas colocações, entre as nanicas Marussia, Caterham e HRT. Com um rendimento muito abaixo do resto dos pilotos, ele terminou na 17ª colocação, justamente à frente das equipes menores, muito piores que a sua Williams, que emplacou Pastor Maldonado na 13ª posição.

Todt quer usar exemplos das pistas para aumentar segurança nas ruas

O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, esteve em São Paulo nesta quarta-feira para promover uma campanha mundial de segurança viária instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que tem apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ao lado de autoridades, o francês discursou sobre estratégias para reduzir acidentes e citou o automobilismo profissional como exemplo e teve seu discurso reforçado por Emerson Fittipaldi.

"Nos anos 1970 e 1980 perdi alguns de meus colegas em acidentes", relembrou o francês, que fez carreira como navegador em provas de rali antes de assumir funções de gerenciamento em equipes de competição. "Hoje acho que podemos fazer a diferença. É um desafio fantástico, o melhor que já tive que enfrentar, mas é possível superá-lo", completou.

Todt viaja pelo mundo para divulgar a campanha da ONU ao lado de sua mulher, a atriz malaia Michelle Yeoh, tratada como embaixadora mundial da segurança viária. Em cada país, o francês e sua esposa comandam ações para estimular a segurança no trânsito e buscam personalidades locais para atrair atenção.

No Brasil, os escolhidos foram Felipe Massa e Emerson Fittipaldi, que ressaltaram a importância de campanhas educativas e a evolução da segurança no automobilismo profissional, que deve ser tomada como exemplo para reduzir o número de vítimas e acidentes nas ruas.

"Quando eu comecei na Fórmula 1, por exemplo, eram anos críticos, a gente nunca sabia quem ainda estaria lá no final do ano. Mas dentro do automobilismo de competição, todos os setores melhoraram para aumentar a segurança", disse Fittipaldi. "Os carros brasileiros precisam melhorar, muitos não estão em nível internacional, as estradas, a sinalização, a cultura do motorista. Todos os setores", completou o bicampeão da F-1 na década de 70.

Precisando de resultados, Massa aceita ajudar Alonso no Mundial

O brasileiro Felipe Massa já admitiu que precisa melhorar seu rendimento na segunda metade da temporada da Fórmula 1 para tentar continuar na equipe Ferrari, mas planeja agradar a equipe também de outras formas. A principal é ajudar, quando tiver oportunidade, o espanhol Fernando Alonso na briga pelo título do Mundial.

Massa, cujo contrato com o time italiano expira ao fim de 2012, é apenas o 14º colocado da temporada da F-1, com 25 pontos ganhos. Já o asturiano, que completou todas as provas do ano na zona de pontuação, lidera o Mundial, com 164 pontos conquistados em 11 corridas disputadas.

"Claro que a gente pretende estar brigando para chegar no pódio, em uma boa posição lá na frente. Mas havendo uma corrida em que estiver perto do Alonso, ou na frente dele, o caminho é ajudá-lo a ser campeão. Isso é claro", afirmou Massa. "A posição do campeonato dele é completamente diferente da minha, isso não é novidade", completou o brasileiro.

Nesta quarta-feira, o piloto da escuderia italiana participou de um evento sobre segurança viária em São Paulo, ao lado do presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, e Emerson Fittipaldi. Vestido com trajes sociais, o paulista foi advertido pela assessora do time que o acompanhava e se trocou antes de conversar com os jornalistas sobre a F-1.Ele trocou a camisa listrada e o terno preto pela camisa polo oficial da Ferrari e, mesmo dentro do prédio, foi obrigado a colocar o boné da escuderia, que estava guardado dentro da bolsa de sua assessora.

A postura de Massa dentro da Ferrari não é novidade. No Grande Prêmio da Alemanha de 2010, exatamente um ano após sofrer um grave acidente, o brasileiro recebeu ordens da equipe italiana para deixar o espanhol, que brigava pelo título do Mundial, ultrapassá-lo e vencer a prova.

O paulista, que um mês antes havia acertado a renovação de seu contrato com a equipe, liderou dois terços da corrida, até receber a ordem pelo rádio. "Fernando é mais rápido do que você. Pode confirmar que entendeu a mensagem?", questionou Rob Smedley, engenheiro de Felipe, de forma bem pausada. Pouco depois, o brasileiro mostrou que compreendeu o recado e, na saída do hairpin, quase freou o carro para Alonso passar.

O espanhol venceu o GP da Alemanha com Felipe Massa na segunda colocação, mas a manobra da Ferrari não teve o resultado esperado dentro do campeonato. Alonso teve que amargar o vice-campeonato do Mundial de 2010 e ver o jovem alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, conquistar seu primeiro título.